Confira abaixo os resumos dos trabalhos submetidos e aprovados no 4º Simpósio de Esporte e Lazer do ABC.
Prof. Dr. Pedro Paulo Maneschy (UFABC)
Prof. Ms. Evandro Brandão Secco (SESP-SBC)
É
POSSÍVEL APRENDER EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?
Teresinha
Aparecida Medeiros
Universidade
Federal do ABC - UFABC
O projeto de intervenção é
possível aprender Educação em Direitos Humanos nas aulas de Educação Física?
“Jogando Juntos com Direitos” apresenta como podemos desenvolver esta temática
nas aulas de Educação Física para alunos do ensino fundamental I. Estudos
comprovam que é possível aprender Educação em Direitos Humanos nas aulas de
Educação Física através da prática de jogos cooperativos. Os jogos cooperativos
são envolventes, divertidos, facilitadores da aprendizagem da Educação em
Direitos Humanos. A prática dos jogos cooperativos permitiu aos participantes
se familiarizarem com os Direitos Humanos e integrarem valores como:
cooperação, respeito, imparcialidade, inclusão, respeito diversidade,
responsabilidade e aceitação, contidas na Declaração Universal dos Direitos
Humanos. O aprendizado da Educação em Direitos Humanos através dos jogos
cooperativos melhora a convivência entre os participantes, ensinando os a
resolverem conflitos de forma pacífica. Os jogos cooperativos fazem com que os
participantes cheguem às aulas de educação física alegres, dispostos, porque
sabem do respeito que as atividades vão lhes proporcionar. Criando um clima
favorável e de confiança entre os participantes e o professor. Espera se que os
Valores dos Direitos Humanos aprendidos nesta prática, tragam mudanças
significativas nos participantes, evitando atitudes de exclusão, discriminação
e violência.
Palavras-chave: Educação Física;
Educação em Direitos Humanos; Jogos Cooperativos.
REFERÊNCIAS
ABRAHÂO, Sergio Roberto. A
relevância dos jogos cooperativos na formação dos professores de educação
física. Uma possibilidade paradigmática. UFPR. 2004.
BROTTO, Fabio Otuzi Jogos
Cooperativos: O Jogo e o Esporte como um exercício de convivência. 1999.
BROTTO, Fabio Otuzi. Pedagogia
da Cooperação. UNESCO. 2013.
DUDH. Declaração Universal
dos Direitos Humanos. Nações Unidas. 1948.
EFAPE. Materiais de Apoio
Educação Física. 2022. Disponível em:
EQUITAS. Organização
Canadense. Kit de apoio.
FUTEBOL UM NOVO OLHAR: O FUTEBOL FEMININO E O PRECONCEITO QUANTO AO GÊNERO NO CONTEXTO ESCOLAR
Josefa Copertino
da Silva
Universidade Federal do ABC - UFABC
O presente projeto de
intervenção apresenta em sua fase inicial de desenvolvimento como valorizar e
potencializar a Educação em Direitos Humanos no chão da escola expandindo para
a comunidade local, através da aprendizagem e do conhecimento adquirido nas
aulas de Eletivas Futebol um novo Olhar. Esse projeto de intervenção está em
fase de desenvolvimento nas aulas da disciplina de eletiva. Com estudantes 6° e
do 7° Ano do ensino fundamental II da Escola Estadual Clarice Seiko Ikeda
Chagas de forma interdisciplinar e interventiva da disciplina de Educação
Física, Projeto de Vida, História e Eletiva. Partindo da observação durante as
aulas de Educação física onde os meninos não respeitavam as meninas por questões
de gênero através da prática esportiva principalmente na prática do futebol, a
partir desse levantamento de observação nas atitudes dos meninos me levou a
querer explorar a Educação em Direitos Humanos através da aceitação das
diferenças nas aulas de eletiva engajando ao Projeto de Vida do estudante.
Utilizando uma pesquisa bibliográfica apoiando-se em artigos científicos, PPP
(Projeto Político Pedagógico) da escola em questão, Constituição Federal de
1988, PCN da Educação Física, e diversos pesquisadores sobre o assunto. Com a
análise dos dados coletados até o presente momento pode-se concluir que o
acompanhamento e aplicabilidade da interdisciplinaridade é fundamental para o
desenvolvimento dos estudantes em sua integralidade e para implantação da Educação
em Direitos Humanos e sua multiplicabilidade na comunidade escolar.
Palavras-chave: Educação
em Direitos Humanos; Gênero; Futebol.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Base Nacional
(LDB) 9394/96, Disponível em: L9394 (planalto.gov.br) acesso em: 16/03/2022.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais de
Educação Física, 1998 disponível em: Fisica (mec.gov.br), acesso em:
30/05/2022
CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE
1988: Art. 205 e 208. Disponível em: Constituição da República
Federativa do Brasil 1988 | Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, Presidência da República (jusbrasil.com.br) acesso em: 05/06/2022.
JÚNIOR, P. Quando as questões de gênero,
sexualidades, masculinidades e raça interrogam as práticas curriculares: um
olhar sobre o processo de co/construção das identidades no cotidiano escolar.
2014. 252. Tese (Doutorado) - Faculdade de Educação Programa de Pós-Graduação,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - Comentários Gerais
dos Comitês de tratados de Direitos Humanos Da ONU, Comitê de Direitos
Humanos, comitê de Direitos Econômicos, sociais e culturais. 2018, Versão
traduzida do Original em língua inglesa. Disponível em: Comentários Gerais Da
ONU | PDF | Direitos humanos | Humano (scribd.com), acesso em: 23/05/2022.
MODULO V. Materiais Didático – Prof. Salomão
Barros Ximenes – parte 1, 2017, 1 vídeo (10:45) e 2 vídeos (13:38) Youtube.
Publicado pelo canal Curso em Educação em Direitos Humanos UFABC. Disponível
em: https://www.youtube.com/playlist?list=PLw5MYDXrMVpenWiNUeaThR6zAzzF1n1D.
Acesso em: 14/03/2022.
NICOLETE, J. N. E ALMEIDA, T. S. Novos Olhares
Sobre o Papel da Escola Contemporânea Frente à Construção do Gênero e da
Sexualidade. Revista de Arte e Humanidade. edição 22. 2022 p.2
SALVINI, L.; JÚNIOR, W., M. Uma história do futebol
feminino nas páginas da Revista Placar entre os anos de 1980-1990. Movimento,
Porto Alegre, v. 19, n. 01, p. 95-115, 2013. Disponível em: 31644-Texto do
artigo-150400-1-10-20130315.pdf, acesso em: 01/06/2022.
VIANA, S., E., A. Futebol: das questões de gênero à
prática pedagógica. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP,
Campinas, v. 6, ed. especial, p. 640-648, 2008. Disponível em: Vista do
Futebol: das questões de gênero à prática pedagógica (unicamp.br), acesso em:
20/05/2022.
QUANDO
E ONDE TERMINA O TRABALHO?
PARA A CRÍTICA DO LAZER NO SÉCULO XXI.
Bruno
Assis de Oliveira; Edson Marcelo Húngaro
Secretaria
Municipal de Educação de São Paulo; Universidade de Brasília
A tese propôs (1) analisar
as determinações socioeconômicas, políticas e culturais que impactam direta ou
indiretamente o trabalho, o “tempo livre” e o lazer neste século; (2) examinar
parte dos estudos do lazer que se dedicaram a refletir sobre o objeto no
capitalismo contemporâneo, sobretudo, produzidos por pesquisadores brasileiros
no século XXI; (3) cotejar o resultado do estudo daquelas determinações com o
conhecimento produzido, a fim de investigar o ser e o vir a ser do lazer e; (4)
refletir sobre o “lugar” do lazer e do “tempo livre” na atualidade da luta
socialista. Fundamentado no método materialista histórico-dialético, trata-se de
um estudo de natureza teórica, uma abordagem qualitativa que recorre à pesquisa
bibliográfica e documental. Problematizando a produção teórica dos
pesquisadores brasileiros com maior volume de publicações, reivindica os
avanços da crítica marxista do lazer e destaca a importância da teoria do
fetichismo da mercadoria e da teoria do valor de Marx para o estudo das
relações contraditórias entre trabalho, “tempo livre” e lazer no capitalismo
contemporâneo. O acirramento da ofensiva do capital contra o trabalho (ajustes
fiscais, contrarreformas, etc.) no Brasil e no mundo é analisado no marco de
uma Longa Depressão, de mudanças técnicas e organizacionais que visam preservar
a ordem do capital, que converte a pandemia de covid-19 numa catalisadora da
expropriação dos trabalhadores neste século. É sistematizado um balanço crítico
do lazer no século XXI e de suas perspectivas, que revela os limites das
abordagens hegemônicas sobre cultura, subjetividade e a defesa do lazer como
política pública, problematizando a condição dos trabalhadores do lazer no
país, a forma como têm sido abordadas as “preferências” e “escolhas” do lazer
pelos brasileiros e um esboço de proposta para se pensar o lazer num projeto
político orientado para a emancipação humana, demonstrando a potência da defesa
do tempo livre e do lazer como componentes de um programa de transição, capaz
de fazer a ponte entre os problemas da vida cotidiana e o projeto histórico
revolucionário socialista.
Palavras-chave: Lazer;
Trabalho; Tempo livre.
REFERÊNCIAS
ALVES, G. O Duplo Negativo do Capital: uma
interpretação da crise do capitalismo global. Bauru: Projeto editorial Práxis,
2018.
ANTUNES, R. Trabalho intermitente e uberização
do trabalho no limiar da Indústria 4.0. In: Uberização, trabalho digital e
Indústria 4.0. Boitempo Editorial. Edição do Kindle. 2020.
BEHRING, E. R. Emancipação, revolução permanente
e política social. In: BOSCHETTI, I; SALVADOR, E. S.; TEIXEIRA, R. H. S.
Que política social para qual emancipação. Brasília: Abaré Editorial, 2018.
CARCANHOLO, M. D. e MEDEIROS, J. L. Trabalho no
capitalismo contemporâneo: pelo fim das teorias do fim do trabalho. Revista
Outubro, n. 20, 2012.
HUNGARO, E. M. Trabalho, tempo livre e
emancipação humana: os determinantes ontológicos das políticas sociais de
lazer. Tese (Doutorado em Educação Física). Faculdade de Educação Física.
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
MASCARENHAS, Fernando. Entre o ócio e o negócio:
teses acerca da anatomia do lazer. Tese (Doutorado em Educação Física).
Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
2005.
SENSO
DE SUSTENTABILIDADE
MEU CORPO, MINHA PRIMEIRA CASA
Tatiana
Zavanella
Prefeitura de Santo André
O presente relato aborda a
unidade significativa de ginástica dentro do componente curricular de educação
física do ensino fundamental II, cujo objetivo é descrever a experiência da
relação entre os Valores Olímpicos, os Objetivos Gerais da BNCC e a unidade
significativa de Ginástica. Tendo como ponto central das discussões e
desenvolvimento a consciência de que o corpo é nossa primeira casa, sendo assim
refletir sobre a manutenção da nossa própria vida.
Palavras-chave: Sustentabilidade;
Respeito; Qualidade de Vida.
CORPO, DIVERSIDADE, GÊNERO, SEXUALIDADE, RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, DANÇAS CIRCULARES, DIREITOS HUMANOS E CULTURA DE PAZ NA FORMAÇÃO DOCENTE E EM PROJETOS DE EXTENSÃO E DE CULTURA: EXPERIÊNCIAS NA UFABC E NO ENCONTRO USP-ESCOLA
Andrea
Paula dos Santos Oliveira Kamensky;
Katia
Regina Varela Roa; Felipe Magaña Dogue
Universidade
Federal do ABC - UFABC
Esse trabalho busca o
compartilhamento de experiências desenvolvidas sobre as temáticas de corpo,
diversidade, gênero, sexualidades, relações étnico-raciais, direitos humanos e
cultura de paz a partir das práticas de danças circulares na formação docente e
em projetos de extensão e cultura na Universidade Federal do ABC (UFABC) e no
Encontro USP-Escola (Universidade de São Paulo - USP). Na UFABC, entre 2015 e
2016, realizamos o Curso de Aperfeiçoamento Gênero e Diversidade na Escola, que
desenvolveu as danças circulares na perspectiva da cultura de paz em seus
encontros presenciais como parte especial da formação docente no campus São
Bernardo do Campo da UFABC e em alguns dos Centros Educacionais Unificados
(CEUs) da Prefeitura de São Paulo, parceira do Ministério da Educação (MEC). A
partir de 2017 até 2020, com a extinção da política pública federal de formação
docente, essas práticas se efetivaram em sucessivas edições de cursos de
extensão em Direitos Humanos, Gênero e Diversidades na Escola para formação
docente, nos meses de janeiro e julho, no Encontro USP-Escola (ROA et al.,
2021), em parceria com a secretaria estadual de Educação de São Paulo. Parte
dessas vivências e conhecimentos foi reunida em um livro que apresenta
pesquisas, projetos e práticas em torno das danças circulares e suas relações
com a Arte-Educação, a Psicologia, a Educação, em especial a Educação Física,
no âmbito da formação docente, do desenvolvimento humano e das diversidades
culturais. Refletimos sobre as danças circulares como um movimento cultural que
oferece práticas corporais, educativas e criativas para construção de uma
formação humana integral voltada para o convívio solidário e o aprendizado
conjunto em torno da riqueza e da pluralidade cultural dos povos. (KAMENSKY et
al., 2016) Além disso, o livro trouxe imagens, documentos históricos das
práticas vivenciadas, bem como um conjunto de músicas, vídeos e textos de
apoio, criados a partir da demanda de cursistas por estudos, informações e
materiais didáticos que subsidiaram novos projetos e práticas de danças
circulares na comunidade escolar, com foco nas temáticas dos Direitos Humanos e
do combate aos preconceitos em torno do entrecruzamento das questões de gênero
e étnico-raciais por meio da interseccionalidade. Durante a pandemia, entre
2020 e 2022, todos esses conteúdos didáticos e experiências em extensão e
cultura foram disponibilizados na internet em cursos livres para o Encontro
USP-Escola em parceria com a Associação dos Professores das Escolas Públicas
(APEP) na Plataforma Digital Plural, abrigada atualmente no SABER ABC
(Observatório da Saúde e do Bem Viver do ABC - UFABC), atingindo milhares de
pessoas de todo o Brasil. Essas experiências e parcerias continuarão em 2023 na
retomada do formato presencial no Encontro USP-Escola, trazendo oportunidade de
compartilhar novas experiências sobre engajamento do corpo e existências de
novas corporalidades no contexto pós-pandêmico.
Palavras-chave: Corpo;
Diversidade; Danças Circulares.
REFERÊNCIAS
KAMENSKY, A. P. S. O.; MONTEIRO, G.; PESSOA, J. P.;
DISKIN, L. (Orgs.) Circularidades: danças circulares e diversidades
culturais: educação para uma cultura de paz. 1. ed. São Paulo: Editora
Pontocom, 2016.
ROA, K. R. V.; SILVA FILHO; R. N. da; HENRIQUES, V.
B. (orgs.)10 Anos de Encontros Universidade-Escola: falando de Educação.
São Paulo: Livraria da Física, 2021.
A
GINÁSTICA PARA TODOS NO ENSINO SUPERIOR:
UMA EXPERIÊNCIA AUTOETNOGRÁFICA.
Cristiane
Vianna Guzzoni; Renata Frasão Matsuo
Universidade
Paulista – UNIP
Como professoras,
inseridas alguns anos no ensino superior de universidades particulares na
cidade de São Paulo, temos observado diversos problemas como: turmas
superlotadas, locais inadequados para as aulas, módulos que juntam diversas
graduações, entre outros. Especialmente na Educação Física (EF), curso de nossa
atuação, temos enfrentado, nas turmas iniciais, todos esses problemas, com um
agravante: lecionamos disciplinas práticas. Nesse sentido, como educadoras,
temos refletido sobre qual nosso papel na formação desses profissionais, e além
disso, quais ações pedagógicas tomar quando enfrentamos essa realidade. A
disciplina de ginástica no ensino superior tem como finalidade reconhecer a
Ginástica Geral (GG) como um conteúdo da EF e também oferecer conhecimentos
técnicos científicos a respeito da GG e sua aplicabilidade no mercado de
trabalho. Neste sentido, nosso desafio tem sido garantir uma vivência
significativa aos nossos alunos, visando a incorporação e a ampliação da
utilização deste conteúdo na atuação destes futuros profissionais. A Ginástica
para Todos (GPT) é uma ginástica que segundo Stanquevich (2004) se diferencia
das demais modalidades gímnicas de competição pelo seu caráter de demonstração
e, também, pela amplitude de possibilidades que ela tem e que não limita a
participação do praticante. Assim, a metodologia de trabalho deve ser adequada
ao grupo, de acordo com suas características e individualidades, além disso,
existe a possibilidade de adaptação dos elementos gímnicos, dos materiais e aparelhos
utilizados na composição coreográfica, bem como a inclusão de outras
referências e experiências culturais. O objetivo desse relato é narrar, por
meio de uma experiência vivida e sentida, o processo de construção de
conhecimento acerca da GPT com uma turma de ingressantes no curso de EF de uma
universidade particular em São Paulo no ano de 2018. Nosso processo
investigativo, assim como nosso processo pedagógico, fez uso da autoetnografia
proposta pelo professor Norman Denzin (2017; 2016). Autoetnografia é uma forma
de investigação cuja experiência pessoal, vivida pela pessoa pesquisadora,
norteia as ações para a construção do conhecimento. No nosso caso, o projeto
autoetnográfico, foi construído ao longo do processo pedagógico, como uma
possibilidade de investigação, mas também como um processo de reflexão e
construção de conhecimento das pessoas envolvidas (professoras, educandos e
educandas). A autoetnografia propõe um espaço em que histórias pessoais se
cruzam com a história presente, em que os contextos biográficos são
re-contextualizados no presente político e cultural (DENZIN, 2017). Há
aproximadamente três anos demos início à esse projeto autoetnográfico com as
alunas e alunos ingressantes do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação
Física, desenvolvendo em nossa unidade de ensino um trabalho interdisciplinar,
unindo as disciplinas de ginástica geral e ritmo e dança. Nossa experiência com
essas pessoas tem nos levado a resultados muito interessantes, não somente com
relação à aprendizagem, mas também quanto à receptividade dessa disciplina
prática, e principalmente, ao favorecimento de tomadas de decisão, autonomia e
empoderamento do grupo. Nossos diários de classe, os registros fotográficos das
aulas e as conversas informais dos discentes constituíram‐se os instrumentos da nossa investigação. Apesar de não sermos
antropólogas, o resultado dessa pesquisa é narrar, contando um pouco dessa
experiência vivida. Desde o primeiro dia de aula já indicamos aos alunos e
alunas nosso objetivo final da disciplina: a construção de uma apresentação de
GPT a partir das construções de conhecimento realizadas ao longo do semestre.
Como professoras embasadas na concepção pedagógica freireana, nossas propostas
diárias são de construções “com”, por meio de tarefas realizadas em grupos. Com
uma turma muito grande, e com diferentes expectativas, desenvolver um processo
pedagógico construtivista nos facilitou a receptividade e participação das
pessoas envolvidas, ocorrendo logo nas primeiras aulas a integração e envolvimento
de toda a turma. Cabe aqui salientar, que, mesmo não sendo de conhecimento dos
alunos, além da construção coreográfica, também tínhamos como objetivo que eles
compreendessem acerca do processo de planejamento das aulas (plano de aula),
algo que tínhamos sentido dificuldade em ensinar, visto que a turma é formada
por alunos ingressantes. Sendo assim, nosso planejamento partia da ideia de
chegarmos juntos ao fim do semestre, à uma concepção autônoma tanto para a
elaboração da apresentação, quanto para o planejamento de aulas por parte dos
alunos. A cada aula, tarefas eram programadas por nós, para que preparasse a
turma afim de atingir nossos objetivos: Tarefas para percepção e
conscientização corporal, desenvolvimento rítmico, uso do espaço, acrobacias,
uso de aparelhos (oficiais e adaptados), os conceitos e históricos das
diferentes ginásticas, e assim por diante. Ao final de cada aula, os alunos
tinham que apresentar pequenas “partituras” corporais, contendo as tarefas do
dia e agregando as tarefas das aulas vivenciadas nas semanas anteriores. Após
as apresentações, diálogos eram traçados para compreensão do processo da aula,
bem como para trazer à racionalidade as experiências sentidas. Era comum
ouvirmos frases como: “Nunca imaginei que eu seria capaz de fazer algo desse
tipo!” ou ainda “Nossa! Não é que nós conseguimos!”. Ao final do semestre, com
um tema central “Cultura Popular Brasileira”, nossa proposta no ano de 2018 foi
que os grupos buscassem trazer à tona por meio das construções coreográficas a
cultura corporal do nosso país. Algumas aulas foram dedicadas para que
discutíssemos sobre os temas possíveis e a contextualização no nosso tempo
presente. Vale destacar que estávamos vivendo um período de conturbações
políticas, sendo evidente que nossas discussões em aula fossem carregadas de
construções reflexivas e críticas. Para Norman Denzin este é um dos papéis da
autoetnografia, em especial aquela em que ele chama de “autoetnografia
performativa” (2016), em que não só se conta a história, mas se vive ela no
corpo, artisticamente. Nesse sentido, embasadas pela teoria desse autor,
podemos afirmar que nossa construção foi uma autoetnografia performática, uma
vez que temáticas reflexivas e concepções coreográficas críticas deram vida à
questões como: “quem ganha com a ampliação do funk carioca nas mídias?” “como
se dava a cultura durante a escravidão?” “por quê determinados ritmos musicais
tocam mais que outros?” “o que é cultura erudita e cultura popular?” Após um
semestre de construção, nos dias 29 e 30 de novembro de 2018 aconteceram as
apresentações. Logo após, reunimos todas as pessoas para que o diálogo fosse
traçado. Um misto de emoção e responsabilidade tomava conta dos nossos alunos e
alunas: “estávamos tão nervosas!”, “foi tão rápido!”, “não queria que
acabasse!” E nós duas, emocionalmente tocadas, entendemos nosso papel na
universidade: formação de pessoas, mais do que de profissionais, pessoas
reflexivas e críticas, pessoas que descobrem o seu potencial de fazer,
construir e elaborar à partir de suas experiências e também de suas
expectativas, pessoas preocupadas com o mundo em que vivemos e preocupadas com
a transformação desse mundo.
Palavras-chave: Autoetnografia;
Ginástica para Todos; Educação Física.
REFERÊNCIAS
DENZIN, Norman K. Autoetnografia
interpretativa. Investigacion Cualitativa, v. 2, n. 1, p. 81-90,
2017.
DENZIN, Norman K. Re-leyendo performance, praxis y
política. Investigación Cualitativa, v. 1, n. 1, p. 57-78, 2016.
PAOLIELLO, E. Ginástica Geral – experiências
e reflexões. São Paulo: Phorte, 2008.
TOLEDO, E.; TSUKAMOTO, M. H. C.; GOUVEIA, C. R. Fundamentos
da ginástica geral. In.: NUNOMURA, M.; TSUKAMOTO, M. H. C. Fundamentos das
ginásticas. Jundiaí: Fontoura, 2009, 23-50.
STANQUEVISCH, P. Possibilidades do corpo na
ginástica geral a partir do discurso dos envolvidos. Dissertação (Mestrado)
Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep.
LEVANTAMENTO SOBRE A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Patrícia
Fialho Rogério; Beatriz Estavore Sacoman de Oliveira;
Nathália
Cristina Fattori; Priscila Reina Siliano da Silva
Centro
Universitário Fundação Santo André
A prática de atividade
física é uma ação promotora de uma série de benefícios para o corpo e mente.
Pode-se elencar, entre estes benéficos, a melhora da atividade cardiovascular,
respiratória, motora, hormonal, sono e resposta imunológica, além do bem estar
mental. A população de estudantes universitários tem, em sua maioria, o tempo
de atividades limitado, por conta do trabalho e estudos. Porém, a prática da
atividade física é de fundamental importância e pode promover melhora no
rendimento do indivíduo. O objetivo do presente trabalho foi questionar
estudantes universitários quanto prática de exercícios físicos semanais através
de um questionário enviado via Google forms. Resultados: Foram entrevistados
100 estudantes universitários, a maioria da região do ABC. Dentre eles 51% não
praticam nenhuma atividade física, e 49% praticam. Dos que praticam, 10%
realizam a atividade 1 vez na semana; 12,5% praticam 2 vezes na semana; 22,5%
fazem 3 vezes e 22,5% fazem 4 vezes por semana; 17,5% realizam atividade física
5 vezes por semana; 5% 6 vezes na semana e 10% todos os 7 dias da semana. A
caminhada e a prática em academia realizando atividades cardiovasculares e
musculação foram as modalidades mais citadas. Este trabalho teve como objetivo
realizar um levantamento sobre exercícios físicos, porém se percebe que mais da
metade da população universitária não pratica nenhuma atividade, sendo que a
maioria alega que não tem tempo para as atividades físicas. É importante a
criação de projetos para englobar a atividade física como parte do cotidiano
das pessoas, inclusive nos ambientes que frequentam como escola, e trabalho.
Inserir a prática de atividades esportivas nos hábitos diários é de fundamental
importância para a saúde física e mental.
Palavras-chave: Atividade
Física; Esporte; Universitários.
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